“Chiunga” é a forma
como Káká Barbosa, compositor da música crioula, define o Hip Hop/Rap
Cabo-verdiano. Uma afirmação que tem
desencadeado imensas críticas por parte dos Rappers residentes no país e no
estrangeiro. Será que o cantor se sente ameaçado, pela onda e o poder que o HIP
HOP faz sentir? Será que os jovens da
actualidade têem a obrigação de serem espelhos da outra geração?
Para mim, nada justifica a generalização da sua opinião, e
partindo dele que parece ser um homem culto, comparar gerações é absolutamente uma atitude
insensata. Apenas respeito, mas não consigo aceitar isso porque acredito que o
hip hop/ rap possiu conteúdos e
mensagens que podem ser aproveitadas.
É bom lembrar que alguns Rappers, talvez contribuiram para a
afirmação de Káká Barbosa, pois muitos andam ainda a promover coisas que
realmente são desfavoráveis e brincam com o lugar sagrado que o Hip Hop
possui; é preciso também respeitar a ética
musical, e a verdade é que a composição de muitos Rappers não cativam e põe em
causa o valor do HIP HOP. Mas mesmo
assim acredito que em nenhuma circunstância o Hip Hop passou a ser considerado
por eles como “ papel higiénico”.
Se repararmos bem, Cabo Verde possui talentos, jovens com
criatividades ainda para serem exploradas. O HIP HOP foi uma opção que muitos
escolheram mas isto não quer dizer que “finasom” de Nha Nacia Gomes está sendo
ignorada, nem que a cultura Caboverdiana está sofrendo um retrocesso.
Em sintonia com as problemáticas sociais, é através do hip
hop que muitos passaram a saber de coisas absurdas que estavam guardadas, perante
uma realidade que choca está aí o Hip
Hop na intervenção, duras críticas para uma vida de igual para igual é o Hip Hop
que transmite.
A todos os Rappers que estão dentro e fora do país, é
preciso deixar de lado os comentários feitos por KáKá, e provar que o hip hop é mesmo uma poluição
como ele disse, mas no sentido de manter essa cultura ainda mais forte, de
apresentar e continuar a trazer aquilo que muitos escondem principalmente os
que possuem cargos importantes,
recriminar os maus actos e
revolucionar ainda mais a sociedade para um caminho mais justo e mais humano.
O Hip Hop não está a competir com o batuque, o funaná , nem
a morna, para um lugar de destaque, ao contrário de Káká Barbosa que talvez
está a tentar ser o centro das atenções.
O contributo da nação Hip Hop é imensa e valiosa, pena que
ainda KáKá não viu isso. Eu ainda assisto
a mudanças espantosas, provocadas por aquilo que ele considera de
“imitação e macaquice da cultura americana”. Jovens que deixaram de fumar
cigaros e passaram a fumar acontecimentos e vivências sociais, passando horas e
horas a trabalhar a música e montar uma história compreensível e real.
O apelo que faço a todos os Rappers dentro e fora de Cabo
Verde, é que batalham mais ainda pelo Rap e cultivam essa cultura com amor e
devoção. Não é preciso ficar a martelar sobre a opinião de KáKá, afinal somos
todos livres para pensar, mas não somos obrigados a aceitar essas mesmas
opiniões. Se acreditas no teu Hip Hop então faça ainda mais por ele. É PRECISO
RESPEITO PELA CULTURA. E O HIP HOP FAZ PARTE DESSE RESPEITO.
Ouvir e sentir o bit, o tik tak dos clap´s , a emoção
de compôr as rimas… um sentimento forte que preenche o coração e a alma…é esse
o Mundo HIP HOP.
DAV1
Rapper e estudante em Ciências da Comunicação
dAV 1 SATA PAIA BONITO ... MURAL LA JOVEN DE PICO NU STA KU BO SEMPRE...
ResponderEliminarbrigadon... grand abç la... afinal nu xa na msm barco. Peace
EliminarEXCELENTE DAVID. É BOM VER UM JOVEM CONSCIÊNTE E Q DÁ TB LIÇÕES À GERAÇÃO QUE SE ESTÁ ULTRAPASSANDO COMO CERTOS KÁKÁS. FORÇA MALTA. O RESPEITO TB SE CONQUISTA E MTAS VEZES É NECESSÁRIO SE IMPOR.
ResponderEliminarGIL VAZ
Viva o Hip Hop Kriolo!!!! KB ainda sta na DEC. de 60.. e sta mutu atrazado...
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